domingo, 22 de abril de 2012

Vancouver




A palavra Diging tem o significado de “região auspiciosa” nesta região   do Tibet, no passado conviveram diversa etnias de forma harmônica onde os conflitos sociais foram meros relatos do que acontecia no mundo externo de Diging. Guerras, problemas econômicos, violência e outras mazelas urbanas não permeavam o espaço social  na Região de Diging.

Na sua obra de 1925  “Horizonte  Perdido” o autor, James Hilton, inspirado na  Região de Diging, descreve para o mundo ocidental,  uma sociedade chamada de Changri-la ou Xangri-lá. No seu livro,  Xangri-lá está localizada junto a paisagens deslumbrantes, onde a sociedade vive em paz e harmonia e completa felicidade, onde o tempo tem outro  sentido para os habitantes, as pessoas não envelhecem em Xangri-la, enfim, a felicidade é  eternizada.

 Esta provocante obra literária fustigou  uma série de mitos e lendas sobre o Tibet, que ainda hoje remetem a esta Região no Himalaia como local onde as pessoais encontram um sentido para as suas vidas e a tão procurada paz  espiritual e interior.

Diging ficou tão conhecida e procurada pelos ocidentais após a obra de Hilton, que é conhecida oficialmente hoje como Xangri-lá.

Se Hilton inspirou-se em Dinging do início do século passado, onde poderíamos achar uma nova xangri-lá nos tempos atuais? O conceito de sociedade ideal,  obviamente é relativizado por cada pessoa, mas poderíamos inferir que é consenso que uma sociedade sem poluição, transporte público eficiente, saúde, lazer, beleza geográfica, povo educado e culto,  acesso aos bens de consumo básicos, Trânsito civilizado, convivência harmoniosa entre as etnias, são características idealizadas, mas  que não existem em sua totalidade em  lugar nenhum.

Provavelmente, Hilton nunca colocou os pés em Vancouver, nem deve ter subsidiado sua obra com dados de Vancouver dos anos 20, sequer tenho idéia de como era esta cidade ate a morte de Hilton em 1954, mas se sua obra fosse  escrita hoje, O Tibet ocupado pela China e todas as dificuldades e  problemas políticos que deve estar passando, provavelmente Hilton teria que ir beber em outra sociedade para redigir sua obra,  sobre uma sociedade ideal, neste sentido, Vancouver seria uma boa candidata, ainda mais se olharmos para as milhares de cidades inviáveis como sociedades ao redor do mundo atual.

Como eu disse, existe uma relativização para definirmos o ideal de uma sociedade. O tempo que convivi nesta  região, diria que para ficar no ponto ideal de sociedade, eu gostaria que Vancouver tivesse alem das qualidades acima citadas, que copiasse  do Brasil a diversificação da culinária, o clima de Brasília, a beleza da mulher gaúcha,  os preços da China e um esplêndido futebol como o  do Grêmio.

Vancouver pode não ser perfeita, o período de chuva abarca aproximadamente 8 meses, portanto se vc quer fazer turismo por aqui, o melhor período é o verão, onde é seco e vc não corre o risco de ficar vários dias sob chuva e frio. O custo para turismo, atualmente esta acima do que  o seu vizinho  EUA,  por exemplo, mas ainda menor que qualquer país da Europa Ocidental.

O canadense é um povo muito educado e cordial, a intolerância fica para os que transgridem as regras por aqui. Por exemplo, aqui no metrô não existem catracas e barreiras, as pessoas validam seus tickets em maquinas junto às estações, nada impede de alguém viajar sem pagar, a sociedade espera que vc cumpra sua obrigação de validar seu ticket pagando  pelo serviço. Eventualmente há fiscalização nos metros, mas os desvios de conduta devem ser  marginais, pois não se vê ninguém burlando a regra, os trens são limpos e fartos mesmo aos finais de semana.

Outro exemplo está em supermercados, onde há caixas em que o consumidor se dirige ao terminal de pagamento, passa as suas compras pelo leitor de etiqueta e ele próprio paga com cartão na máquina, tudo sem fiscalização (se há é muito discreta e imperceptível). Estes dois exemplos mostram o grau de civilidade desta sociedade.
Bebida poucos lugares são autorizados a vender, em supermercado por exemplo, não há, somente é permitida ser ingerida em locais fechados, na rua nem pensar. Fumar apenas ao ar livre e afastado de janelas e portas.

O grau de violência é baixíssimo, pode-se andar a noite com tranqüilidade, apenas alguns lugares demonstram algum grau de insegurança ( tipo Chinatown à noite). O policiamento não é ostensivo, até poucos anos atrás, os policiais sequer portavam armas. Mas se for acionado o 911 em poucos minutos eles chegam.

Mas o que fazer em Vancouver? O que não falta ao turista são opções, a maioria ligada à natureza. (No extremo de Vancouver está o Stanley Park com seus inúmeros pontos de interesses tais como o Vancouver Aquarium, Lagos, trilhas, ), vista da cidade,  lindo por do sol, diversas espécies de animais nativos (não tem Urso), praias (difícil imaginar alguém entrando na gélida água do pacífico). O ideal é percorrer o Stanley Park de bicicleta.

Outro parque famoso é o Capilano, bem menor que o Stanley, porém com uma floresta exuberante e a famosa “suspension Bridge “ e caminhos suspensos entre as árvores que fazem o charme deste recanto, quem não quiser pagar em torno de CAC 30,00 para entrar em capilano, uma opção é o Lynn Canyon, que tem igualmente uma ponte suspensa e uma área bem maior que Capilano, porem sem as mesmas facilidades de serviços (restaurantes e banheiros próximo) em compensação é gratuito. Para chegar ao Capilano, bastar pegar o bus( free) do próprio  parque no Canadá Place. Para o Lynn Canyon, primeiro atravessa de barca  o canal em direção a Vancouver Norte, no terminal de Vancouver Norte,  se pega o bus n 229 que passa na entrada do parque ( custo de transporte, CAD 5,00).

Como turista, não da para pensar em deixar de fazer algumas compras, em Vancouver dois lugares se destacam, Metrotawn Mall e o Outlet na station 22, ambos são alcançados pela linha amarela do metrô.

Mas se vc quer agregar compras com um turismo, vá a Seattle nos EUA, que dista apenas 230 km de Vancouver. Em Seattle, depois das compras, não deixe de visitar o Space Needle. Neste local, vc poderá observar  a bela city de Seattle subindo na Tower, outro programa interessantíssimo no Space Needle, é a visita ao Experience  Music Project (EMP), que nada mais é que um Museu dedicado ao Rock,  homenageando especialmente o Nirvana, Jimi Hendrix e AC/DC. Alem de farto material sobre estas celebridades, vc poderá tocar e cantar em salas específicas, ou se deliciar com inúmeros clipes dos referidos Pop Stars. Este museu teve como filantropo, Paul Allen, um dos fundadores da Microsoft.

Perto de Vancouver, está  Victoria, a capital do “Estado da Briitsh Columbia”  alcança-se por transporte público, metro, barca  e ônibus,  tempo total em torno de 3h dependendo do horário da Barca, custa em torno de CAD 20,00 ida e volta, empresas de turismo, vendem o passeio por volta de CAD 60,00. No trajeto pode-se dar a sorte de observar as baleias cruzando o canal que separa Vancouver de  Victória.

 Na capita da BC encontram-se  o Royal Museum, a rua mais  estreita  do Canadá ( uma braçada de largura), o belíssimo palácio real e focas maravilhando os turistas no porto. Como curiosidade, a Trans Canadá ( rota percorrida nesta travessia) tem o marco zero em Victoria.

Em Vancouver, é possível  contratar alguns turs na área conhecida como Canadá Place, desde tur de barcos, para ver baleias, pescar salmão e até passeios de teco teco com flutuadores (vários roteiros e preços a partir de CAD 70,00 dentre os roteiros estão  os Glacier, Alpine Lake e Whistler.

Por falar em Whistler, é IMPERDÏVEL uma ida a esta belíssima cidade, que tem uma importante  estação de esqui. Imaginei que Banff seria insuperável em beleza, mas o Canadá surpreende com a sua variedade natural. No entanto,  comparando Whistley e Banff,  um empate técnico entre as duas cidades é a minha avaliação, em meados de maio  deste 2012, ainda há gelo nas montanhas que circundam Whistler. A distancia de Vancouver é de apenas 125 Km, mas a rota deve ser percorrida com muitas paradas para observar a beleza dos recantos.

Uma passada em Vancouver Market também é uma ótima pedida, a ida a este local já é uma atração, se pega pequenos barcos ( CAD 7,50 ida e volta) e tem-se uma ótima visão da desta região da cidade, no Market, pode-se comprar produtos como frutas, peixes, artesanato, lembranças e algumas opções de refeição.


Uma ida  ao bairro de  Gastown deve ser  reservada para conhecer a parte histórica de Vancouver, neste local está o que consideram o primeiro relógio a vapor do mundo, que apita de 15 em 15 minutos, há ainda bons restaurantes, pubs e lojas para  comprar lembranças.  Quando me refiro a bons restaurantes, não estou considerando a culinária Canadense, pois é raro encontrar restaurante típico canadense ( não encontrei nenhum), não pense que comer um bom salmão por aqui é tarefa simples,  acho que somente os ursos encontram salmão com facilidade, não é como comer o nosso típico churrasco no Brasil, onde encontramos uma churrascaria  fácil fácil...





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